Síndrome de Ovários Polimicrocísticos e infertilidade feminina

Entre as diversas causas de infertilidade feminina, uma das mais freqüentes é a chamada Síndrome dos Ovários Polimicrocísticos (SOP), que consiste no aparecimento de diversos microcistos nos dois ovários, acompanhados, na maioria das vezes, por alterações menstruais, aparecimento de espinhas, distúrbios metabólicos, obesidade e infertilidade.

Esta enfermidade tem origem genética e é comum a ocorrência de outros casos na família. Também é corriqueiro à estas pacientes, além de apresentar a SOP, apresentarem resistência a insulina, o que pode agravar o funcionamento ovariano e predispor o aparecimento de Diabete melitos no futuro (risco sete vezes maior que na população geral), principalmente se houver aumento de peso corporal.

Tratamento

As pacientes com SOP devem ser divididas em dois grupos: as que não desejam engravidar e as que desejam engravidar. Os dois grupos devem receber tratamento individualizado.

O primeiro grupo (sem desejo de engravidar) é tratado com objetivo de regularizar o mau funcionamento ovariano, tendo em vista que ficam longos períodos sem ovular e a produção contínua do hormônio estradiol, sem a antagonização da progesterona (que só é produzida quando houver ovulação), pode levar, a longo prazo, ao aumento da incidência de hiperplasia do endométrio e suas possíveis conseqüências. O uso de anticoncepcional hormonal nestas pacientes, na maioria dos casos, apresenta-se como a alternativa mais adequada para o controle do mau funcionamento do ovário.

O segundo grupo (as que desejam engravidar) é tratado com indutores de ovulação, para que as pacientes ovulem. A partir daí, com monitoração adequada do ciclo, obtêm-se boas chances de gravidez. Nos casos mais graves pode ser necessária a indicação de tratamento com técnicas de reprodução assistida (fertilização “in vitro”).

As pacientes com SOP devem ser alertadas que o ganho de peso desencadeia o aparecimento dos sintomas ou piora os já existentes e, portanto, a primeira providência a ser tomada é evitar engordar ou perder o excesso de peso. O índice de massa corporal (IMC) deve ser no máximo 24 kg/m² (para calcular o IMC divide-se o peso pela altura²: 80 kg / 1,60m X 1,60m = 31,25).

As informações deste artigo têm a finalidade exclusiva de esclarecimento. É importante que as mulheres portadoras da Síndrome ou que se identificaram com os sintomas apresentados, procurem um médico de sua confiança para receberem orientações detalhadas e individualizadas.